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First Portuguese translation of ADA. tá bem!aà vai. achei rapidinho!!
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----- Forwarded message from jansy@aetern.us -----
Date: Mon, 5 Sep 2005 09:24:03 +0100
From: Jansy Berndt de Souza Mello <jansy@aetern.us>
Reply-To: Jansy Berndt de Souza Mello <jansy@aetern.us>
Subject: Fw: tá bem! aà vai. achei rapidinho!!
Folha de S.Paulo - Livros - Romance: "Ada ou Ardor" usa subversĂŁo e nonsense em
crĂ´nica familiar - 03/09/2005
Dear Don, I´ve been having problems with my server and cannot always connect
with the List.
I hope to be soon able to translate the text Jorio sent me below. No time for
that now. Ada in Portuguese came out and has already its first critical review.
You may decide if you want to post it to the list as it is, or after I
translate it.
J
-----Mensagem Original-----
De: Jorio Dauster
Para: Jansy Berndt de Souza Mello
Enviada em: Segunda-feira, 5 de Setembro de 2005 13:19
Assunto: FW: tá bem! aà vai. achei rapidinho!!
EDNOTE. NABOKV-L welcomes the first Portuguese translation of ADA!
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São Paulo, sábado, 03 de setembro de 2005
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LIVROS
ROMANCE
Chega Ă s livrarias o romance mais ambicioso de Vladimir Nabokov
"Ada ou Ardor" usa subversĂŁo e nonsense em crĂ´nica familiar
MARCELO PEN
CRĂŤTICO DA FOLHA
"Ada ou Ardor", segundo consta, Ă© o romance mais ambicioso do escritor
americano de origem russa Vladimir Nabokov (1899-1977). Também se o considera
uma de suas três ficções mais importantes, ao lado de "Lolita" e "Fogo Pálido".
A ambição tem ligação com as inúmeras referências à , em geral, alta cultura
livresca, cultural e artĂstica. NĂŁo há um sĂł parágrafo em que o leitor
inteligente nĂŁo se depare com uma ou duas piscadelas relativas a, por exemplo,
Freud, Flaubert, Proust, Braque, "Alice no PaĂs das Maravilhas", "Doutor
Jivago".
O livro começa com uma suposta citação de TolstĂłi: "Todas as famĂlias
felizes sĂŁo mais ou menos diferentes; todas as famĂlias infelizes sĂŁo mais ou
menos semelhantes". Inverte-se aqui a ordem da frase de "Ana KarĂŞnina", segundo
a qual cada famĂlia infeliz Ă© que Ă© infeliz a seu prĂłprio modo. AlĂ©m disso, como
diz o próprio narrador, a afirmação tem pouca ou nenhuma relação com a
narrativa. A linha utilizada por Nabokov Ă© a da subversĂŁo, do toque cĂ´mico, do
nonsense. Em uma palavra, da parĂłdia.
Por exemplo: "bric-Ă -brac" se torna "bric-Ă -Braques"; John Milton e
Abraham Lincoln se fundem num Ăşnico Abraham Milton; "Doutor Jivago" se torna
"Les Amours du Dr. Mertvago" (jogo de palavras com "jiv", "vivo" em russo, e
"mert", "morto"). "Lolita" pode ser tanto uma cidade do Texas quanto uma saia
que "vestia uma ciganinha andaluza do romance de Osberg".
Percebe-se que o romance, independentemente da matéria de que trate, é em
grande parte um comentário burlesco a toda história da ficção e, de quebra, a
toda história. O próprio espaço é subvertido e, com ele, tudo o mais que vai
dentro. Em vez da Terra, temos a Antiterra. Nesse estranho universo a RĂşssia
ainda pode estar ligada aos EUA e Boston estar prĂłxima das estepes eslavas.
Tanta invenção irritou alguns crĂticos, como John Updike, que reclama de
"falta de experiĂŞncia humana reconhecĂvel" no livro. Essa experiĂŞncia, porĂ©m, Ă©
fácil de resumir. Os primos Ada e Van apaixonam-se quando o jovem passa uma
temporada na casa de campo dos tios. Mesmo descobrindo depois que sĂŁo irmĂŁos,
não deixam de consumar seu amor. Mas a infidelidade de Ada, somada a pressões
parentais, acaba separando-os por um bom tempo, mas nĂŁo para sempre. A
narrativa percorre oito décadas da história da Antiterra.
Nenhum dos personagens age de modo muito verossĂmil. Ada e Van, com 12 e
14 anos, portam-se como adultos sofisticados. A mãe de Ada é uma improvável
aristocrata e atriz em pleno século 19. Na verdade, todos parecem agir como se
forças maiores regidas pelo artifĂcio estĂ©tico ou por exigĂŞncias mitopoĂ©ticas
os guiassem. Em entrevista Nabokov afirmou ter escolhido o tema do incesto
porque apreciava o som "bl" em "siblings, bloom, blue, bliss, sable" (irmĂŁos,
floração, azul, glória, zibelina).
Ada adora insetos, principalmente larvas e lagartas. Coleciona bichos
cheios de protuberâncias e filamentos. Já as borboletas saĂdas da crisálida sĂŁo
preparadas e empaladas num imenso painel. É uma excelente metáfora para o
romance. A vida vale enquanto Ă© subterrânea, amorfa, passĂvel de observação e
isenta de conflito. Assim que sucede a metamorfose, deixa de servir como
matéria viva. Apenas a boniteza de seu cadáver formolizado pode emular o
artifĂcio larval. Tem razĂŁo o Updike. Nabokov fala de coisas espectrais. Ou de
coisas mortas.
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Ada ou Ardor: CrĂ´nica de uma FamĂlia
Autor: Vladimir Nabokov
Tradução: Jorio Dauster
Editora: Companhia das Letras
Quanto: R$ 58 (472 págs.)
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ficção
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